sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Na fronteira rumo ao Brasil.

Calculo de novo a rota. O GPS indica 327 km até Caracaraí. Pelas minhas contas devo fazer o percurso em 5 horas. Dizem que a estrada está ruim e com a chuva que tem caído, acredito que esteja mesmo má. Com a mota já carregada e bem acondicionada, decido abastecer no posto mais próximo aproveitando a benesse de ser “gringo”, isto é, tenho prioridade sobre todos aqueles que estão a imensas horas a espera de abastecer com a vantagem de poder encher além do depósito, os 2 jerricans de reserva, coisa impossível para os Venezuelanos e Brasileiros… tudo por culpa dos contrabandistas!
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Chego a fronteira e passada meia hora trato de resolver a exportação temporária do veículo. Está tudo a fluir com uma rapidez estranha e desconfio que algo irá acontecer… e aconteceu! O oficial despanchante não se encontra mas volta já… pode dar uma voltinha e aproveite para almoçar – diz o fiscal… Não importa, eu espero, não tenho pressa – respondo com a minha calma descontraída!
São 11.00 da manhã e só por volta das 15.00 é que aparece o malandreco… foi dar uma voltinha de bicicleta para aliviar o stress e eu a seca a 4 horas, mas não importa, não faz mal, não tenho pressa… tenho de esperar e não reclamar.
Já com tudo tratado pensei que ia demorar mais uma hora no raio-X, mas nem sequer me revistaram, ainda bem!
Inicialmente pensei parar em Caracaraí para pernoitar mas como o tempo reduzido, decido ficar em Boa Vista.
A estrada é regular com uma paisagem muito idêntica a La Gran Sabana, mas mais pobre, com muitas rectas sobre uma planície que apesar da hora tardia, ainda se encontrava escaldante.
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São 18.30 e o sol já baixou. Não encontro grandes dificuldades na chegada a cidade.
Boa Vista, inserida numa zona de floresta tropical é a capital do estado de Roraima, uns dos mais recentes estados do pais. Apesar das savanas em redor serem uma importante zona de criação de gado, a corrida ao ouro da década de 80 continua a impulsionar o progresso da região.
É uma cidadezinha bem projectada, bastante ampla, bem sinalizada e com uma população reduzida e muito afável. Não demorou nada e encontrei um alojamento barato e muito limpo, com uma coisa muito rara… água morna para o banho!
Depois de aparcar a moto no parque de estacionamento (com vedação eléctrica e alarme) tomo o meu merecido banho e preparo-me para jantar num restaurantezinho muito pacato, numa esquina próxima do hotel. Duas espetadas de frango foram suficientes para acalmar o meu estômago mas infelizmente tive de aturar um desgraçado que se sentou ao meu lado e esteve praticamente todo o jantar a zoar nos meus ouvidos… há tipos mesmo marados!
Aproveito e telefono para o Rodrigo, um brasileiro que encontrei na Venezuela vindo de uma concentração em Maturin. Convidou-me no dia seguinte para um churrasco em casa de um amigo que também está ligado a o tema das motos, mas noutra onda… Harley Davidson.
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Aceitei o convite sem hesitar. Chego a hora e ao sítio marcado, cumprimentamo-nos e dirigimo-nos para a “casinha” do tal amigo.
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Não era nada mais nem nada menos que uma fazenda espectacular situada na periferia. Fui acolhido de uma forma fantástica por um grupo muito unido pelo espírito “motoqueiro”. O churrasco estava divinal e a cerveja bem gelada.
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Só tive pena de não ter dado um mergulho na piscina, mas apesar disso, não deixou de ser um dia bem passado (risos). Obrigado a todos pelo convívio e pelas informações.
Rodrigo – pessoa educada e pacata, deu-me umas boas dicas para a viagem e aconselhou-me a ficar em Rorainopolis, 250 km para sul.

7 comentários:

Anónimo disse...

ola santy
como estas? ja veo que ben e con muitas historias ,,,,,,,
ainda te falta muito , vais ter nuito que contar , que bon que vais contando por aqui , sigue para a frente tudo te vai ir ben , un grande beijo , muitas saudades , deus te vai a cuidar sempre , te queremos

Anónimo disse...

ola santy
lamento los problemas con a moto,
que vaina , pero tienes encontrado gente buena ,, ten cuidado con los indios , jajajajaj , me encanta ter noticias tuyas , prometo ver mas a menudo , solo esta semana es que vimos esta vaina , unas fotos buenisimas, , besos te queremos , dios te proteja , kary faby y s . jose , te mandan besos

Jack disse...

Olá, Santiago! Espero que esteja tudo bem com vc.
No momento estou em São Paulo, mas acompanhando daqui sua trip pelo blog. Obrigado pelas palavras gentis a meu respeito e também a todos do Roraima Moto Clube, foi um prazer ter você como nosso convidado.
Um grande abraço.
Rodrigo (Boa Vista/Roraima)

Celina Bernardo disse...

Bem Santi, estava com receio que andasses a passar fome, mas vejo que arranjas quem te convide para "churrasquinhos" com grande assiduidade... Que bom! Quem está na vida de alma pura atrai iguais pelo caminho...! Daí encontrares toda essa amizade.
Pois, também tenho pena de não poder dar um mergulhinho nesse "tanquito", coisa pouca :) Beijo

fernando_vilarinho disse...

Viva Santiago!
Parabéns pelas interessantes crónicas e as ilustrativas fotografias.
Vou acompanhando a grande Viagem e espero que tudo continue a correr sempre pelo melhor.
Abraço,
fernando

Anónimo disse...

Parabéns e Muitas Felicidades no teu dia que este ano estará a ser diferente são os meus desejos e de todo o pessoal do Hotel Novacruz.
Estamos todos a seguir entusiasticamnete o teu fascinante percurso. Continuação de tudo de bom e que continue tudo a correr o melhor possível.
Beijinhos de todos
Ana Paula

isabel canhola disse...

santiago!!!! beijinhos de espinho, beijinhos do barco boador, beijinhos da isabel!!!! estamos contigo e boa viagem!!! sempre!!!!