segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Argentina, o cumprir de um desejo!

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O Glamour do Tango misturado com a dança sensual e com a sua melodia, por vezes melancólica, fez com que a Argentina fosse um dos paises de eleição no meu pequeno universo de sonhador. A capital Buenos Aires com o seu estilo cosmopolita e boémio que encanta a qualquer viajante do mundo é de longe um dos destinos mais cobiçados pelos europeus e não só!. Mas de facto a Argentina não é só Buenos Aires e existem umas boas dezenas de lugares para explorar neste fabuloso território.
No Sul os seus glaciares, no Centro a sua arquitectura, no Norte os cenários de montanhas coloridas, ao estilo Planeta Marte e a Este uma espectacular costa banhada pelas correntes atlânticas proporcionam um bom leque de escolha ao viajante e desperta em mim um desejo especial.
Ushuaia está cada vez mais longe e quiçá chegue só no final de Março, onde as suas baixas temperaturas serão o meu maior desafio.
Mas neste momento nem me preocupo, apenas quero percorrer e desfrutar este país como merece. Aqui a pressa acaba por ser inimiga da perfeição e a minha rota foi propositadamente alterada para conhecer melhor este espectacular país!

Entrando na Argentina:
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Saindo de Asunción, atravesso o Rio Paraguay que serve de limite com a Argentina, em boa parte da sua fronteira.
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Chego a Clarinda bem cedo, a fronteira tinha pouca gente e os trâmites foram rápidos, deram-me noventa dias de estadia e um bienvenido a nuestro pais. Estas palavras mágicas darão início a um novo desafio: atravessar o norte do país até ao S. Pedro de Atacama, no Chile.
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A rota foi feita de modo a poder conhecer melhor o Noroeste, que dizem ser espectacular… e é de verdade! Espectacular é uma palavra pobre para descrever o que vi e qualquer imagem que coloque neste blog de nada servirá para demonstrar tão especial beleza.
A minha primeira paragem foi em Resistência. Aqui comecei a sentir "o peso" dos Pesos Argentinos. A gasolina não é tão barata como pensava (0,80 € litro), mas o alojamento em Hostels e a comida, são realmente económicos. Aqui não vale a pena regatear preços e faze-lo é uma boa perda de tempo. Trinta pesos e sem discussão, ponto final…. (6,50 € por noite)
Pela manhã parto em direcção a Santiago del Estero, pela estrada nacional 16, entrando na 89, em Avia Teray até o meu destino. Esta zona também é chamada de Chaco, semelhante ao Paraguaio, com clima árido, seco, com muito vento e com uma paisagem vulgar. O termómetro atingiu os 45º - nada que não esteja acostumado.
Após 390 km avisto Santiago del Estero… que cidade caótica! Fiquei com má impressão e decido não ficar para pernoitar. Paro para abastecer e programo o GPS para norte e decido fazer mais 100 km até S. Miguel de Tucumán. Fiz um pequeno esforço do qual não me arrependi. Fiquei durante 6 dias num simpático lugar chamado de Posta del Viajero http://www.lapostadelviajero.com.ar/.
Como não deixaria de ser (risos), fui tratado espectacularmente pelo proprietário Martin como também por todo o seu Staff. Um cumprimento muito especial ao Guille, um hospede do hostal a um ano e meio, que me brindou com a sua experiência de vida e simplicidade, conversas e conselhos dos quais nunca irei esquecer...
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San Miguel de Tucumán é a capital da provincia de Tucumán, também conhecida como o Berço da Independência e como o Jardim da República. Nesta pitoresca cidade foi assinada a declaração da Independência Argentina em 9 de Julho de 1816, conservando interessantes vestígios da sua historia colonial.
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Com uma população de aproximadamente 550.000 habitantes e afastada 1300 kilometros da capital Buenos Aires, Tucumán é um importante ponto de passagem para o Noroeste argentino.
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Palácio do governo
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Catedral
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Edificio do Jockey Club de Tucumán
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Basílica e convento de San Francisco
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O polemico mercado municipal, futura vitima da demolição e ponto de discordia entre a populaçao... maleitas do progresso!
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Daqui parto a descoberta de Cafayate, passando primeiro por Tafi e Amaicha del Valle por uma estrada de montanha, com cursos de água abundante e com uma vegetaçao verde intensa que cobre como um suave veludo o topo da "cornisa"
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Fico a descansar em Tafi, a 2.000 metros de altitude... já sinto o frio de que tanto tenho saudades! (risos)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Museu dos Caminhos-de-ferro do Paraguay.

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Pela manhã visito o museu, um dos poucos que existem na América do Sul, num testemunho fiel da época áurea do país.



Para a construção do que ficou conhecida como a primeira linha ferroviária da América do Sul, o primeiro presidente constitucional do Paraguay, Don Carlos António López, contratou uma equipa de engenheiros britânicos que foram responsáveis para os estudos e para a capacitação da linha ferroviária a partir de Assunção para Paraguari en1854.

Num grande hall da estação são armazenados objectos que falam dos momentos de glória. Aqui estão expostos movéis, documentos, bancos de carruagem, relógios, sinos, registadoras, lampiões e varios sinais.
É uma pena que este espaço tão nobre não seja conhecido nem divulgado como merecia.
Uma curiosidade: o preço para visitantes locais é de 5,000 guaranis e para turistas é apenas o dobro!

Deixo aqui algumas imagens, numa visita virtual da emblemática história dos caminhos de ferro.



Paraguay III – De Pozo Colorado até Asunción

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Pela Trans-chaco faço o trajecto até a capital - Asunción, num percurso de 260 km numa estrada em obras, com muita chuva e vento a mistura, fazendo-me companhia durante toda a viagem. O GPS acusa falta de bateria e desligo-o para poupar o que resta da mesma, assim quando chegue a capital poderei utiliza-lo, espero!… e que falta faz quando não funciona!
Chegando a entrada da cidade no início da tarde, todo ensopado e sujo, aproveito para mudar do pneu traseiro. Já tinha visto preços e modelos em Pedro Juan Cavallero. Tinha uma orientação do que queria, mas infelizmente não tinham as medidas para a jante. Coloquei um pneu “estradista” – Pirelli MT75, por 50,00 € (320,000 guaranis). Nestes locais os pneus Metzeler são impossíveis de encontrar e o que predomina é sem dúvida os Pirelli, que acabam por compensar na equação preço/qualidade.



Depois do pneu colocado e de ser espectacularmente recebido pelos proprietários, principalmente pelo Alejandro, procuro um alojamento mais próximo do centro da cidade.
Os Hostels aqui não tem tradição e os parques de campismo são raros. Depois de ver alguns hoteis, opto pelo Plaza onde me fizeram um preço bom, com a vantagem de ficar perto de tudo.

O dia seguinte é reservado a caminhada e percorro todo o centro em busca do Palácio da República, do Panteão Nacional e da Praça da Liberdade.


A cidade é organizada e relativamente segura, pode-se caminhar a vontade mas é necessário ter um cuidado especial nas deslocações próximas da Baia de Asunción, também chamada de Zona Roja. Existem casos de assaltos muito embora esteja muito bem policiado, tendo em conta que é um lugar onde existem a maior parte dos edifícios governamentais.



Por vezes o contraste é dramático!



Ao chegar ao hotel tinha um recado do Alejandro onde se disponibilizava como guia pela cidade naquela noite. Levou-me a conhecer o lado “chic” da cidade, com vivendas espectaculares fazendo-me lembrar por vezes algumas avenidas de Madrid.
Nessa mesma noite havia uma inauguração, o da Confederação Panamericana de Futebol.
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Depois de umas horas de passeio, vou descansar para no dia seguinte visitar o Museu dos Caminhos de Ferro do Paraguay, mesmo ao lado do hotel.
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