terça-feira, 28 de abril de 2009

Géisers del Tatio

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Levanto-me as 4.00 da manhã e preparo tudo para partir. Muita roupa, maquinas fotográficas e espírito para aguentar uma viagem de 2 horas até uma altitude de 4320 metros. Seis graus negativos e um sol que teima em chegar fazem que a ansiedade tome conta de mim.
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Está muito frio e não tenho roupa adequada para estas temperaturas mas o espectáculo que se segue absorve-me de tal forma que nem o frio e nem a fome me incomodam. Afinal estou num campo geotérmico com uma impressionante actividade de fumarolas provenientes do centro da terra, com odores a enxofre e explosões de água fortíssimas.
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O contacto das nascentes geladas e dos rios subterrâneos com as rochas incandescentes provocam este cenário único da mãe natureza. Oitenta por cento dos géisers neste local estão activos e de um momento para o outro explodem quase ao mesmo tempo fazendo com que não tenha tempo nem concentração para fotografar… uma verdadeira loucura!
Para os mais audazes existia a possibilidade de tomar um banho numa piscina a 30º (positivos, claro) mas optei ficar como mero observador, não pela falta de coragem mas por não ter levado toalha para me secar!
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As 10 da manhã termino a visita e arranco em direcção de S. Pedro, mas antes paro numa aldeia pitoresca, chamada de Machuca, ponto de paragem obrigatória para comer, descansar um pouco e fotografar a fauna local… vicunhas, lhamas, alpacas e flamingos coloridos deliciam os aficionados.
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Into the Wild Style


Encontrei um casal de portugueses, a Marília e o Pedro, pessoas muito amáveis que fiquei encantado em conhecer, não pelo apetitoso jantar que me ofereceram (rsrsrs), mas sim pela simpatia e amabilidade que me proporcionaram… afinal de contas é tão bom encontrar conterrâneos e ainda por cima em lugares tão invulgares e inóspitos. Um cumprimento especial para os dois e quem sabe um dia nos voltamos a cruzar neste pequeno mundo!
No meio da tarde chego feliz, satisfeito e com vontade de partir no dia seguinte, em direcção ao mar… estou tão próximo do Pacifico e sinto muito a falta dessa brisa marinha, do bater das ondas e do infinito horizonte… dizem que os peixes e mariscos são muito baratos… óptimo! Assim aproveito para matar essas saudades e por a minha dieta mediterrânica em dia.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

S. Pedro de Atacama... paisagem lunar!

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Esta pacata cidade é um oásis no deserto e ponto de partida para a descoberta duma natureza inóspita.
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Vulcão Lincancabur, imponente e omnipresente

Situada na II região numa planície muito próxima da cordilheira dos Andes, é considerada como uma capital arqueológica, atraindo muitos viajantes da América mas principalmente da Europa. A sua principal actividade é o turismo seguido da agricultura e da criação de pequeno gado.
As suas ruelas são cheias de vida e o inglês acaba por ser o idioma (quase) oficial. Optei por ficar num hostel internacional mas acabei por mudar para outro lugar, isto pela falta de água… durante dois dias fiquei sem poder desfrutar dessa dadiva… estamos no meio do deserto, diziam eles!
Organizo a minha tarde e alugo uma bike, para matar saudades.

Decido percorrer o Valle de la Luna e o Valle de la Muerte durante umas boas horas numa paisagem deslumbrante, alias muito espectacular.

Cordilheira do Sal e o Valle de la Luna

O sol faz das suas maravilhas. Os minutos passam, a imagem se transforma e as sombras provocam efeitos maravilhosos. Dizem que o visual nas noites de lua cheia é verdadeiramente surreal.
Pedalei uns bons kilometros durante 6 horas e apesar de ficar todo dorido foi uma experiencia gratificante. Senti-me tão pequeno neste universo de impressionantes formas, de montanhas talhadas por uma mão divina e das gigantescas dunas de areia fina.

Valle de la Muerte

Acampar nestes lugares deve ser fantástico... ver o nascer ou o ocaso do sol e sentir as variações de temperaturas do deserto com certeza será uma boa sensação, inesquecível para o resto das nossas vidas.
Chego ao meu pouso com o corpo destroçado mas com a alma purificada. Depois de um bom banho e de um suculento jantar, deito-me bem cedo porque no dia seguinte terei de me levantar de madrugada, desta vez para visitar os Géisers del Tatio.