terça-feira, 18 de novembro de 2008

De Cumaná até Ciudad Bolívar.

Toca o despertador, já são seis da manhã, boa hora para partir até Ciudad Bolívar. A minha espera estão 415 km de estrada e conto fazê-la em 6 horas.
O percurso é no sentido inverso ao anterior, passando novamente por Puerto la Cruz em direcção a Barcelona, daí é só seguir o rumo para sul. Estão uns abrasadores 34º e nem ponta de nuvens a vista. A paisagem a partir de Barcelona é sempre a mesma. Passo por Anaco e por S. José, en El Tigre, onde se encontram as maiores refinarias de petróleo do país. A dividir as faixas de rodagem existe um Pipeline enorme com vários km de comprimento. As povoações são pequeníssimas e não existe grande comércio na beira da estrada, apenas umas cafetarias próximas das “alcabalas” ou postos de controlo. Apanhei este cavalheiro em pleno descanso... que buena siesta!


O melhor da viagem foram os últimos 75 km sempre em recta, apenas uma ligeira curva a esquerda para animar. Passo o rio Orinoco pela ponte Angostura e mais a frente o Aeroporto nacional Tomáz de Heres. Depois de vários enganos, finalmente o acampamento.

Fica retirado consideravelmente do centro da cidade. La Casita, um espaço muito agradável, absolutamente campestre, com amplos jardins muito bem tratados, com um “caney” ou choça para servir refeições e umas “churuatas” onde se penduram as camas de rede ou as “hamacas” por uma quantia simbólica.

O atendimento é muito familiar e afável e o dono, um alemão chamadode Peter é um passado… mas muito profissional. No caminho para o acampamento tive a minha primeira queda, nada de grave, porem a mala esquerda ficou um pouco danificada, aliás, o fundo saiu o que me levou a ficar mais um dia do que o previsto para consertá-la. A sorte foi ter toda a ferramenta necessária e depois de muita pancada, consegui pô-la no sítio. Tive de pedir ao Sr. Luís, o capataz da quinta, um berbequim e um “arrebitador” para fixar o fundo da caixa. È o que faz conduzir numa pista de areia com 400 kg de peso total. Mas valeu a experiência!
Montada a tenda debaixo de um abacateiro, por sinal com uns frutos deliciosos, desata a chover torrencialmente durante horas.

Alexandro e Lisandro

Falha a luz durante toda a noite e o gerador teima em trabalhar, dizem que é da humidade mas para mim parece ser da gasolina… e foi mesmo! Já com 15 litros de gasolina no depósito comprada com apenas 2,25 € (portanto por €0,15 € o litro), e com o gerador a 100 %, foi possível preparar a comida e servi-la no Caney. Comi um peixe do rio Orinoco, Lau Lau de nome, muito bem confeccionado e com um aspecto delicioso. Durante o jantar conheci um viajante alemão, Thomas, que falava fluentemente espanhol e se preparava para visitar o Salto Angel, considerada a maior queda de água do mundo com apenas 975 metros de altura… Uma aventura para custar 500 dólares com tudo incluído (refeições, viagem de avião ida e volta e muita emoção a mistura). Achei por bem não alinhar, não por ter medo das alturas, mas sim pelo budget. Fica para uma próxima oportunidade, seguramente.
Depois de uma noite bem dormida, tudo preparado para outra estiradinha, de Ciudad Bolívar até El Dorado.

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