sábado, 15 de novembro de 2008

Carregando a moto e agilizando a partida.

Agora é que tudo se complica, acho que tenho material a mais e pouco espaço disponível para transporta-lo, mas encontrei uma solução prática … vou deixar o equipamento de inverno juntamente com os guias da América central e do norte e quando precisar deles peço a Sr. José para envia-los para a Argentina… muito simples!

São menos uns kg mas acima de tudo, menos volume.

Já tinha preparado os pesos das malas laterais e dos sacos estanques e tive também o cuidado de testar a moto em Portugal.
Aproveitei o dia de Domingo antes da partida e fui até o Santuário de Nossa Senhora de Fátima pedir protecção para a minha família durante a minha ausência e uma extra-protecção para mim… e bem preciso dela!


Mas uma coisa é as malas laterais e outra é o equipamento completo, falo à vontade do dobro do peso e volume e como não tenho grande prática de condução de pesados, foi um pesadelo sair de Caracas.

Muito transito, muito calor, muito peso e muito espírito de sacrifício foram mais do que suficientes até a adaptação. Deixa-se de sentir a direcção e até parece que vamos com a roda dianteira a “roçar” no chão qual quilha de barco a navegar no rio!
A primeira paragem foi no Centro Português onde aproveitei para entregar uns “recuerdos” da minha Cidade e uma t-shirt do projecto argentinalaska (apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira).
A recepção foi muito estranha e estava tudo com ar de desconfiado, se calhar pensavam que passei por lá para pedir algum patrocínio ou coisa parecida.
Não estava ninguém da direcção, apenas uns funcionários da secretaria que aproveitaram os Celulares e registaram o momento, talvez para mostrar mais tarde a alguém de direito, deduzo!
Após meia hora chega o presidente onde me cumprimenta desejando boa viagem e num ápice desaparece sem deixar rasto… nem as instalações cheguei a conhecer… já começou assim? Fantástico!
Aproveitei o parque de estacionamento coberto por ser mais fresco (devia de estar uns 34º, seguramente) para tirar tudo o que tinha encima da moto para voltar a “estivar” a carga de outra forma. Depois da carga amarrada fomos convidados por um funcionário do centro a abandonar as instalações por não sermos sócios e por não termos autorização… um autêntico disparate.
Ficou demonstrado o lado negro do espírito português e tenho a certeza que se fosse do Funchal, do Machico ou do Curral das Freiras até fanfarra e churrasco tinha direito, mas está tudo bem… não guardo ressentimentos!

De trouxas aviadas fui conduzido pelo Sr. José pela Cota mil, uma via de cintura externa que circunda Caracas, até a saída da cidade e depois de uma forte e sentida despedida lá vou eu em direcção a Barcelona, isto por volta das 12.00 horas. A sensação é agradável, o ar é quente e a condução uma anarquia. O trânsito a entrada das cidades é caótico e o tempo fica escasso para chegar ao destino. Opto por ficar numa povoação chamada de Puerto Piritu que fica a uns escassos km de Barcelona. O contador apontava 280 km e já passava das 17.00. Como não é conveniente circular a noite decidi ficar num hotel situado a lado da estrada numa colina, com uma vista espectacular e um preço assustador.

Depois de explicar o meu projecto e de “marralhar” o preço até exaustão, lá conseguiram reduzir o preço para metade. Mesmo assim achei pavoroso mas como não tinha outra opção e tendo em conta que existia um local seguro para deixar a moto aceitei a oferta e fiquei. Valeu mesmo a pena. O pessoal do hotel foi impecável e até me ofereceram umas cervejas… gente boa! Eco Inn – Hotel José – Puerto Piritu.

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