sábado, 25 de abril de 2009

Quebrada de Humahuaca

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Saio de Salta em direcção a norte e passando S. Salvador de Jujuy, entro na Ruta 9 que me levará até ao início da Quebrada de Humahuaca.
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De cores e características diferentes a Quebrada das Conchas (Cafayate), mas de uma beleza inconfundível e única, esta paisagem idílica mantêm-me em êxtase. Contornos de montanhas coloridas, numa paleta de tonalidades incríveis, como de arco-íris opacos se tratassem, vidram qualquer um que por aqui passe. Um rasgo onde outrora corriam caudais brutais de água, deixaram as suas marcas bem presentes. O silêncio, de tão especial, chega a ser constrangedor. As singelas povoações ao seu redor são pequenos jardins da humanidade e não é por acaso que esta região foi galardoada com o título de património mundial e cultural.
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Purmamarca, Maimará, Tilcara, Uquia e Humahuaca são representantes fiéis duma civilização com história.
.As suas ruas, misturadas de pedra e terra, as casinhas de adobe e palha, os cemitérios ornamentados nos penhascos, o entorno da montanha, a brisa fresca, por vezes húmida e a hospitalidade daquela gente, conquistou mais um adepto desta natureza árida e inóspita.
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A altura do ano não poderia ser melhor… estamos no mês de Fevereiro, na alegria do carnaval, que tem tradições indígenas e espanholas. As povoações ficam repletas de turistas e a festa vs a alegria tomam conta de esta região. As Coplas e a Chicha marcam o momento.
. O diabo é o ex-libris do carnaval e os locais encarnam o personagem nas suas vestes coloridas, contagiando os forasteiros e encorajando-os a divertirem-se sem preconceitos. As Comparsas de carnaval passam a um ritmo frenético e constante pelas ruas estreitas, arrastando as multidões, numa “brincadeira” de espuma, farinha, pó de talco e muita água. Como não sou muito dado a esse tipo de festas, no início fiquei relutante, mas depois de entrar no espírito, bem… foi muito louco!
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Com o carnaval no seu fim, aproveito para fazer um tour pelas povoações vizinhas ao redor e delicio-me a fotografar, recordando tão especiais momentos.
Chegou a hora de organizar a logística e partir para outro destino, desta vez o Deserto de Atacama no Chile. Farei uma paragem em Purmamarca e dai parto em direcção a fronteira, passando pela Cuesta de Lipán e pelas Salinas Grandes.
É a minha primeira travessia pelos Andes e estou ansioso por saber como se porta o meu corpo e a minha máquina... dizem que a “Puna” ou a doença de altitude é implacável.

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