domingo, 1 de março de 2009

Tafi del Valle e o Parque Nacional de los Cardones.

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Saindo de Tucumán parto em direcção a Sudoeste até ao cruzamento de Acheiral, seguindo para o Noroeste argentino pela RP 307, mais propriamente para Tafi del Valle. Faço um pequeno desvio para visitar o Dique Angostura. No cruzamento que liga ao dique, tinha uma indicação de um parque com Menhires, em El Mollar. Aproveitei para visitá-lo mas infelizmente fiquei sem bateria na minha máquina. Mesmo assim consegui tirar 2 fotos… mas não valeu a pena a visita. O Dique também foi uma desilusão… depois destas duas tentativas frustradas, decido continuar a minha viagem até Tafi. Começa-se a subir lentamente e a sentir um frio estranho. Penso que a partir daqui as coisas vão mudar em relação as temperaturas.
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Esta pequena povoação localizada no centro de um vale a 2,200 metros sobre o nível do mar, resguardada pelas verdes montanhas e refrescada pelas húmidas brisas, fazem com que as temperaturas, na ausência do sol, desçam até os 10º e em algumas alturas do ano chegam perto dos 0º. Este lugarejo trouxe-me recordações de S. Pedro do Sul no início da primavera. Vale a pena ficar a pernoitar.
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A região não tem grande atracção natural mas acaba por ser uma estancia de férias para os Tucumanos, devido a sua proximidade.
Fico num hostel muito simpático, atraído por um grande cacto plantado no seu pequeno jardim... achei o máximo.
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Com um grande esforço consigo descer a moto por umas escadas manhosas para poder guarda-la em segurança. O inconveniente dos Hostels é o défice de estacionamento e por vezes tenho de recorrer a parkings privados, principalmente nas grandes cidades.
Pela manhã parto bem cedo em direcção a Cafayate. Com um frio miudinho mas bem agasalhado sigo o meu rumo. Passo por o Parque Nacional de Los Cardones, numa estrada sinuosa que rasga altas montanhas empedradas com cactos gigantes bastante ramificados e com uma fauna selvagem composta por jumentos, llamas, raposas e aves de rapina, a 2.700 metros de altitude.
Estes Cardones, cuja madeira esburacada, mais parecida com o queijo Gruyere , é muito utilizada no fabrico de móveis, artesanato e nalguns locais serve como material de construção.
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Descendo pelo parque sinto a temperatura aumentar e no fundo do vale, após uns 30 km avisto uma bifurcação a esquerda, numa estrada de terra, em direcção as Ruínas de Quilmes.
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Estas ruínas pré-incaicas, são das mais bem conservadas da Argentina. Este povo indígena (os Quilmes) resistiu durante 130 a conquista europeia iniciada no século 16 e foi muito respeitado pelos Incas.
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Acabou por ser praticamente dizimada pelos espanhóis, mas apesar de tudo resta uma cidade construída em terraços pela encosta da montanha, com um sistema de rede hidráulica e grandes praças comunitárias, sinais de boa organização desta civilização. Saio satisfeito da visita e pelo preço do ingresso (0,80 €).


Estou próximo de El Cafayate, cidade conhecida pela qualidade dos seus vinhos, produzidos a 1,660 metros sobre o nível do mar, num micro clima único entre planicies e montanhas. Quase a chegada já se começa a sentir o cheiro do néctar e as “bodegas” brotam pela estrada fora, apelando a degustação… até parece que chamam por mim!

3 comentários:

Anónimo disse...

Adoro cactos. Que paisagens magníficas! O êxtase continua........

florbela

EMANUEL disse...

o que tu queres é vinho...! olha! aproveita e dá o contacto do nosso amigo toy, para ele ir aí vender umas rolhitas...lol

Abraço grande e continua com a tua viagem.

Anónimo disse...

Obrigada Santiago pela viagem virtual que você me proporcionou com este blog! Um dia quero conhecer estes lugares!
Neide