quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Paraguay I – De Pedro Juan Caballero até Concepción

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Chego a Ponta Porã, fronteira Brasil / Paraguay e depois de andar deambulando pelas ruas, um pouco desorientado, pergunto a um transeunte – pode-me dizer onde é a linha de fronteira? Onde se vai para o Paraguay? – e a resposta é a seguinte: señor, estamos en Paraguay! De aquel lado es Brasil!
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O local resume-se ao seguinte: do lado esquerdo é o Brasil e no lado direito é o Paraguay… simples!
Não existe ponto fronteiriço, apenas a rua divide homogeneamente os dois países. Depois de me informar dos tramites legais, faço a saída na Polícia Federal (no último dia do visto), e passo para a Aduana Paraguaya… A atribuição do visto demorou apenas 5 minutos! Um simples carimbo com validade de estadia de 90 dias é suficiente, não é necessária a exportação temporária da moto e o seguro não é obrigatório… sem burocracias!
Volto para pernoitar no Brasil, ainda tenho uns reais no bolso para gastar e o alojamento pareceu-me bom. Descarrego o material e com o banho tomado decido passear um pouco pelo pais vizinho.
Do lado brasileiro tudo é muito comum – pudera... depois de 2 meses no Brasil! Mas do lado Paraguaio é o frenesim da venda ambulante, dos cd´s piratas, das marcas contra-fraccionadas desde perfumes, roupas, ténis e um sem fim de artigos (principalmente informática, tv, vídeo e telemóveis) a preços muito atraentes para os brasileiros, e não só! Fazer compras em Pedro Juan Caballero, no lado paraguaio, não deveria ser o único motivo da presença de milhares de “sul-mato-grossenses” e de outras regiões do Brasil durante todo mês na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguay.
A região tem também várias atracções turísticas que acabam por ficar para trás na lista de preferências dos turistas, normalmente acometidos pela compulsão do consumo no paraíso das lojas de produtos importados.
A 37 Km da Avenida Internacional que separa Ponta Porã de Pedro Juan Caballero está o Parque Nacional Cerro Corá, uma das áreas naturais mais importantes do Paraguai ainda desconhecidas da maioria dos turistas.

Além das belezas naturais da fauna e da flora o parque guarda a história de um dos locais mais emblemáticos da Guerra da Tríplice Aliança (1865 - 1870) que envolveu Uruguai e Argentina, sob o comando do Brasil, diante dos paraguaios. Foi lá, às margens do rio Aquidaban Nigui que o ditador Francisco Solano López morreu em 1º de Março de 1870 depois de ser atingido por soldados brasileiros, marcando o fim do sangrento conflito conhecido como a Guerra do Paraguai.


Na entrada do parque tive o segundo furo, sinal claro que está na altura de trocar o pneu traseiro – já rolou quase 16.000 km, com a ajuda das infinitas rectas de asfalto “ardente”, das pistas de “ripio” e das pontes artesanais. Vou aproveitar a benesse dos preços paraguaios para comprar um!
Depois do furo reparado, arranco directamente para Concepción, numa estrada bem asfaltada e com uma temperatura bem amena.

A cidade de Concepción situa-se ao norte de Assunção as margens do rio Paraguai.
O mais interessante desta cidade é a traça colonial, o mercado onde se pode adquirir artigos muito curiosos e o fim de tarde no rio, onde inúmeras pessoas desfrutam do por do sol espectacular, num banho de águas barrentas e com correntes fortíssimas, acompanhado do seu chá mate, ou Tereré – versão erva mate vs água gelada!

Fico a descansar no Hotel Victoria pela módica quantia de 7,50 € e preparo a rota para o dia seguinte… destino El Chaco!

4 comentários:

Anónimo disse...

Curte aí!

Um abraço do Ricardo e da Tânia
Papelaria-silva

PS Tás mais gordinho!...

Anónimo disse...

Quanto mais leio as tuas crónicas mais "inveja" tenho........
Saboreia ao máximo e com intensidade todos os locais por onde passares.

bezinha

Sandman disse...

Loucura !!!

Anónimo disse...

Não entendi a quantia... 7,50 dólares, euros, guaranis, reais?